O dia da tomografia


Estava aqui pensando e lembrei que faz exatamente um ano que fui submetida a uma tomografia. Decidi postar isso aqui, porque nada mais foi que uma tremenda joselitagem em minha vida!

Eu nunca havia feito nenhum exame similar e quando a neurologista me pediu esse exame, não fiz muitas perguntas, por achar que seria rápido e simples. Pensei "só vão me enfiar naquela máquina esquisita por um tempinho e depois saio de lá com vida. É... Parece simples". Liguei para a clínica e marquei o exame. Então, a atendente me falou que para fazer a tomografia às 13h, minha última refeição devia ser feita às 19h do dia anterior. What? 14 horas SEM COMER??? Como assim? Eu ia desmaiar! Só podia ter em meu estômago o jantar do domingo (o exame estava sendo marcado para a segunda-feira). Eu não teria direito a tomar café da manhã nem a almoçar! Isso era uma tortura! Nem os menininhos da África...

Mas eu tinha que respirar fundo (bem fundo mesmo, me alimentar apenas de ar, porque até água devia ser evitada) e aceitar a ideia. Passei o dia anterior ao exame tomando uns comprimidos do tamanho de um urso panda e eu sou péssima pra tomar comprimidos! Se tenho uma dor de cabeça, descanso um pouco e já já passa. Nada de tomar remédio. Sempre que vou tomar uma medicação que não seja líquida, tenho a certeza de que vou morrer engasgada. Não me pergunte o porquê desse pavor. Sou assim desde sempre.

As etapas 1 e 2 foram vencidas com sucesso. Tomei os 3 comprimidos depois de muito sacrifício, dor e sofrimento (insira aqui sentimento de pena por mim). Jantei às 19h e fiquei em jejum até a hora do exame. Ah, esqueci de comentar que no mesmo dia eu ia fazer dois exames, pois, aproveitando que ia fazer a tomografia aquele dia, decidi marcar a ultrassonografia para aquela data também, já que era na mesma clínica. Cheguei à clínica às 12:45 e a recepcionista me informou que a sala da tomografia já estava sendo preparada. Ela me acompanhou até lá. Passamos por um corredor reservado, frio e apavorante (insere aqui minha cara de medo de hospital). "Sente-se aqui e aguarde", disse a moça que me acompanhou.

Do meu lado, tinha uma senhorinha simpática, acompanhada pela filha. A senhora faria a tomografia também. A enfermeira chegou e disse que eu seria a primeira, e em seguida, a senhorinha entraria para fazer o exame. Maaaas, paaasmem: a enfermeira trazia consigo uma haste daquelas de pendurar o braço pra tirar sangue, uma borracha de amarrar o braço e uma seringa! Abri a boca imediatamente quando vi que ela se dirigia a minha pessoa: "Pra quê isso???" e ela, com outras palavras, disse que era pra enfiar uma seringa na minha veia que ficaria pendurada até a metade do exame pra puder ser feito o "contraste" do meio pro fim do exame.

Abre parênteses: Essa história de ficar em jejum e arrancarem-lhe "meio litro" de sangue não é comigo. Nas últimas vezes que fiz coleta de sangue, quase desmaiei. Sempre que acordo a primeira coisa que faço é comer e nunca saio sem fazer isso. Então, visualizem: você está fraco sem comer nada e ainda lhe tiram seu sangue! Isso é um absurdo! Fecha parênteses.

Só a ideia de tirar sangue que passou pela minha cabeça naquele momento em que a enfermeira chegara com o bracinho, a borracha e a seringa foi suficiente para que eu começasse a tremer. Ela me mandou tirar os brincos, pulseiras, colar... E me pediu o meu braço. E enfiou a agulha na minha veia falando "Nossa, as veias dela são bem fininhas, mas bem visíveis. É bem difícil de errar...". A essa altura eu já estava desesperada e tentando me controlar.

Mas o pior ainda estava por vir... Comecei a me sentir tonta, por um minuto pensei terem apagado as luzes e só depois percebi que minha vista estava escurecendo. Então gritei para a enfermeira dizendo que eu estava ficando cega! Ela pediu para eu me acalmar que isso ia passar, ao mesmo tempo em que eu ficava gelada. Disse que isso era normal, que muitos pacientes tinham essa reação, especialmente por terem de ficar em jejum (ooooooh!). Pedi água e elas me deram uma gotinha de nada (alooow, eu não podia comer nem beber nada!). Mas eu tremia, tava tudo girando, tudo escuro e eu achei que ia morrer. Tentava encontrar o meu celular dentro da minha bolsa pra ligar para a minha mãe e dizer: "Obrigada por tudo, mas minha vida está se esvaindo... Foi bom te conhecer! A senha do meu orkut está salva no meu computador, então você pode mandar scraps para todos os meus amigos dizendo que foi bom eu ter lhes conhecido...". Eu estava desesperada, sozinha naquela clínica gelada!

Fui me acalmando e a tontura ia passando aos pouquinhos. A senhorinha foi na minha frente e fez o exame antes de mim, enquanto eu tentava me recuperar. Consegui, enfim, melhorar e já conseguia ficar de pé sozinha. Chegara minha vez de fazer o exame. A enfermeira me encaminhou à sala e me amarrou na máquina lá, me dizendo que eu poderia sentir um forte calor ao longo do exame. "Tudo bem, pensei, pra quem quase morreu agora a pouco, sentir um calor não vai ser tão ruim."

Começou o exame e realmente senti meu corpo em chamas, mas eu não podia abrir os olhos pra ver se se tratava de algum catimbó que elas poderiam fazer nos pacientes. Senti quando a enfermeira apertou a seringa, enfiando aquele negócio na minha veia.

Por sorte, sai viva de lá. E corri para fazer o outro exame. Se tratava de uma ultrasonografia pélvica, então eu precisava tomar água até sentir vontade de fazer xixi, ou seja, quando a bexiga tivesse bem cheia, eu estava pronta pra o exame. Bebi, bebi, bebi, bebi água... E enfim eu estava pronta para o outro maldito exame. Minha barriga roncava! Já eram umas 14h e minhas tripas já haviam grudado nas costelas.

Depois de ter aquele gel na minha barriga, sai correndo da sala quando terminou o exame para fazer xixi. Ai, que alívio! Mas eu ainda estava morrendo... E agora era de fome. O lugar onde fica a clínica é bem esquisito e não tem nada perto. Mas eu passo por lá todos os dias e sempre observei que tinha um lugar com uma placa enorme com os nomes coloridos: "Chocolate, Morango, Limão, Baunília, Doce de Leite...". "Aaah, uma sorveteria! É pra lá que eu vou!". E lá fui eu super animada! Mas quando eu chego lá, vejo que não se trata de uma sorveteria e sim de um salão de beleza. Os "sabores" nada mais são que tipos de escova para os cabelos...

Dia de Joselita! Com direito a troféu e tudo o mais!

2 comentários:

  • Marcelinha Zara | quinta-feira, 29 janeiro, 2009

    Nossa... achei uma pessoa que não consegue tomar comprimidos... Viva!! Eu também sou assim, não têm jeito, não engulo nem com um susto! rsrs... E o pior é escutar as piadinhas alheia, tá certo que é muito psicologico, consigo engolir uma bala, um caroço de azeitona, mas remédio TÔ FORA!!!

    Bjão...

  • Suelyn Morais | sexta-feira, 30 janeiro, 2009

    E viva as Joselitagens!
    hahahahahahaha
    Aff, só de pensar em uma agulha...tenho arrepios!
    Cada dia amais eu vejo que estou caminhando na profissão certa, jamais faria algo na área de saúde.


    BeijooO