Na teoria é muito fácil acreditar que as coisas vão dar certo, é "fácil" dar conselhos e tentar consolar os outros. Mas somente quando enfrentamos a situação na prática é que sabemos o quanto passar pela dor é difícil. E é nessas horas que eu mais penso o que ando fazendo de minha vida e o que tenho buscado fazer para ajudar os outros. Muitas vezes me vejo de mãos atadas, não que seja impossível ajudar, mas simplesmente não sei como, e isso me deixa numa situação de acomodação.
Me culpo por não procurar ajudar as pessoas. E eu podia ajudar de tantas formas: ensinar alguém a ler e escrever, mobilizar meus vizinhos a doar roupas e cobertores para famílias necessitadas, levar a palavra de Deus para jovens que não a conhecem, passar algumas horas conversando com os velhinhos no asilo, fazer uma visita a um hospital levando um pouco de alegria para as pessoas, recolher brinquedos para doar a crianças carentes, doar o meu sangue... Nada do que foi dito até aqui é tarefa difícil de ser realizada. Só basta um pouco de boa vontade de minha parte.
Isso tudo está passando pela minha cabeça com mais intensidade nesses últimos dias, depois que recebi uma dura notícia sobre o estado de saúde de uma das pessoas que mais amo. Eu nunca tinha sentido esse medo, essa angústia... É que eu tinha esquecido que não somos eternos. E é justamente por não ser eterna que tenho que fazer a diferença enquanto posso. Devo amar as pessoas enquanto Deus me permite isso.
Devo também lembrar que muito maior que tudo são os planos de Deus e que cabe a nós aceitar os caminhos que Ele trilhou para o destino de cada um. Agradecer pelo dom da vida e procurar vivenciar o Reino de Deus a cada instante. Porque muito maior que o meu medo, que as minhas dúvidas e angústias é o amor de nosso Pai.
Deus sempre nos dá as respostas nos momentos certos! Estava aqui perdida em meio aos meus "pensamentos e lamentações" (como vocês puderam perceber pelo post anterior) quando ouvi isto num CD do Padre Fábio de Melo:

"Eu não sei se você se recorda do seu primeiro caderno. Eu me recordo do meu. Com ele eu aprendi muita coisa. Foi nele que descobri que a experiência dos erros, ela é tão importante quanto a experiência dos acertos. Porque vistos de um jeito certo, os erros, eles nos preparam para nossas vitórias e conquistas futuras. Porque não há aprendizado na vida que não passe pela experiência dos erros.
Caderno é uma metáfora da vida. Quando erros cometidos eram demais eu me recordo que nossa professora nos sugeria que a gente virasse a página. Era um jeito interessante de descobrir a graça que há nos recomeços. Ao virar a página os erros cometidos deixavam de nos incomodar e a partir deles a gente seguia um pouco mais crescido.
O caderno nos ensina que erros não precisam ser fontes de castigos. Erros podem ser fontes de virtudes. Na vida é a mesma coisa. O erro tem que estar a serviço do aprendizado. Nenhum tem que ser fonte de culpas, de vergonhas. Nenhum ser humano pode ser verdadeiramente grande sem que seja capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida
Uma coisa é a gente se arrepender do que fez, outra coisa é a gente se sentir culpado. Culpas nos paralisam, arrependimentos não. Eles nos lançam pra frente, nos ajudam a corrigir os erros cometidos. Deus é semelhante a um caderno. Eles nos permite os erros pra que a gente aprenda pra fazer do jeito certo.
Você tem errado muito? Não importa, aceite de Deus esta nova página de vida que tem nome de hoje. Recorde-se das lições do seu primeiro caderno. Quando os erros são demais vire a página


'O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente

O que se há de fazer...
Só peço, a você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...' "


Meus erros devem me fazer crescer, como já fizeram, e não me servirem de punição, de culpa. Eu aprendi muita coisa com tudo o que aconteceu... E além de tudo isso, Deus colocou pessoas em minha vida no meio de todos os caminhos que decidi seguir. Essas pessoas me ajudaram muito e me ajudam até hoje. Decidi-me por não mais me lamentar. Porque isso, além de não resolver a minha situação e me dar uma vaga no curso que eu quero de verdade, só faz me estressar e cansar a minha beleza. Quero ter essa bagagem na minha viagem. E sei que já acumulei muita coisa por essas estradas...

"Vamos pra frente, que pra trás não dá mais"


E Coragem é o meu nome!

Ultimamente tenho recebido reclamações sobre o "drama" que anda rolando aqui no meu blog. Peço desculpas a vocês, mas os posts "de revolta" que publiquei nos últimos tempos são consequência de uma série de acontecimentos de minha vida. Este espaço aqui é usado também (e principalmente) para o meu desabafo. E como nem tudo na minha vida são flores, preciso de um refúgio para meus questionamentos, minhas dúvidas e lamentações. Este blog é o espaço que encontrei para partilhar minha vida (ou parte dela) com quem o lê, principalmente meus amigos.
Quem me conhece de verdade sabe que tudo o que escrevo é o reflexo do que sinto. Então, não posso escrever coisas lindas e maravilhosas se estou extremamente ansiosa, preocupada e com medo. No próximo domingo e na próxima segunda (08 e 09/11) vou fazer uma prova que vai decidir o meu futuro profissional (sim, a droga do vestibular para Engenharia Civil). Isso tem me tirado o sono. Simplesmente porque se eu passar, ganharei a minha alforria do inferno e voltarei para o curso do qual eu nunca deveria ter saído.
Meus caminhos de indecisão/mudança de curso/volta para o curso anterior foram bem complicados. Mesmo quem acompanhou toda a minha saga não sabe metade do quanto isso me fez/me faz sofrer. É muito difícil você descobrir que perdeu tempo de sua vida tentando melhorar a droga do seu futuro. Que ironia! Fui tentar melhorar e quase estraguei tudo.
É mais difícil ainda quando no meio de tudo isso você descobre que não sabe nada sobre si mesmo. Porque no fundo eu queria responder isso para mim, mas não fui capaz. Apenas me perdi, e ainda tento me encontrar...
Essa situação é especialmente complicada porque eu sei o quanto sou julgada pelas pessoas. Eu sei que muitos pensam que eu não sei o que quero da vida, que minha indecisão é sinal de irresponsabilidade com o meu futuro. E eu podia muito bem dizer: "Que se fodam! A vida é minha!". Mas não é bem assim que as coisas funcionam.
Primeiro porque não sou nenhuma irresponsável e se estou vivendo tudo isso é exatamente por não querer ser uma engenheira eletricista frustrada e infeliz. Segundo porque a única certeza que trago comigo é a de que eu ainda tenho tempo de correr atrás do prejuízo.
Mais uma vez peço desculpas a vocês que leem meus textos por mais um post sem graça. Mas espero que entendam que meu desabafo é necessário. Espero "animar" mais o meu mundinho aqui nos próximos textos, mas enquanto eu estiver ansiosa como estou, desculpem, mas não será possível.