Na teoria é muito fácil acreditar que as coisas vão dar certo, é "fácil" dar conselhos e tentar consolar os outros. Mas somente quando enfrentamos a situação na prática é que sabemos o quanto passar pela dor é difícil. E é nessas horas que eu mais penso o que ando fazendo de minha vida e o que tenho buscado fazer para ajudar os outros. Muitas vezes me vejo de mãos atadas, não que seja impossível ajudar, mas simplesmente não sei como, e isso me deixa numa situação de acomodação.
Me culpo por não procurar ajudar as pessoas. E eu podia ajudar de tantas formas: ensinar alguém a ler e escrever, mobilizar meus vizinhos a doar roupas e cobertores para famílias necessitadas, levar a palavra de Deus para jovens que não a conhecem, passar algumas horas conversando com os velhinhos no asilo, fazer uma visita a um hospital levando um pouco de alegria para as pessoas, recolher brinquedos para doar a crianças carentes, doar o meu sangue... Nada do que foi dito até aqui é tarefa difícil de ser realizada. Só basta um pouco de boa vontade de minha parte.
Isso tudo está passando pela minha cabeça com mais intensidade nesses últimos dias, depois que recebi uma dura notícia sobre o estado de saúde de uma das pessoas que mais amo. Eu nunca tinha sentido esse medo, essa angústia... É que eu tinha esquecido que não somos eternos. E é justamente por não ser eterna que tenho que fazer a diferença enquanto posso. Devo amar as pessoas enquanto Deus me permite isso.
Devo também lembrar que muito maior que tudo são os planos de Deus e que cabe a nós aceitar os caminhos que Ele trilhou para o destino de cada um. Agradecer pelo dom da vida e procurar vivenciar o Reino de Deus a cada instante. Porque muito maior que o meu medo, que as minhas dúvidas e angústias é o amor de nosso Pai.